Como forma de combater o nível de risco de viciação ou até mesmo de proteger os mais jovens de um comportamento mais relacionado com o “gambling”, o Reino Unido está pensando seriamente em terminar com as loot boxes. Em suma, com todas os packs, skins ou outras componentes que têm de ser pagar pelos próprios jogadores. Como é natural, tal mudança poderá afetar também jogos populares como o Fortnite, por exemplo.
Porém, ao contrário do que se poderia esperar, o Chief Experience Officer da EA, Chris Bruzzo, um dos responsáveis por todo o sistema de packs, garantiu em entrevista que o objetivo não é terminar com seus packs, bem pelo contrário. O objetivo será mesmo tentar falar diretamente com o Governo britânico para que existam formas de contornar essa mesma lei.
Segundo palavras do mesmo, a verdade é que Bruzzo acredita que é necessário que um jogo possa ser viável em termos financeiros. Desse modo, ao contrário do que acontecia há poucos anos atrás, não basta somente um jogador pagar pelo jogo, para que tal possa acontecer. Contudo, a dúvida se mantém: será que os packs do FIFA estão com seus dias contados?
Jovens investem fortunas em FIFA Points para packs
Com mais de 100 milhões de jogadores de FIFA 22 ativos – um pouco por todo o mundo – é justo avançar que mais de metade desses jogadores estão abaixo dos 20 anos. Ou seja, na maioria desses casos, não apresentam capacidade econômica para estarem ativamente comprando FIFA Points, apenas para conseguirem comprar no Ultimate Team seus jogadores favoritos. Logo, tal situação resulta em uma enorme pressão para que eles arranjem forma de conseguirem esse tal dinheiro.
Como é natural, tal comportamento é tudo menos saudável, podendo até mesmo ser prejudicial em termos sociais, familiares e financeiros. Desse modo, e após muitas discussões, se espera que, já no próximo ano, o Reino Unido apresente uma lei que proíba esses jogos competitivos de promoverem loot boxes, incluindo as próprias skins, com as de CS:GO, por exemplo.
Ora, rapidamente Bruzzo, um dos responsáveis pela produção e parte financeira do FIFA 22, sentiu a necessidade de dar uma entrevista, onde foi muito claro. A intenção da desenvolvedora é que se possa falar diretamente com os responsáveis por essa lei, como forma de garantir que o jogo não acabe sofrendo muito com essa mudança.
Desenvolvedoras nunca ganharam tanto dinheiro com seus gamers
De fato, tal como já foi feito referência, as loot boxes têm o poder de criar uma filosofia de apostas e “gambling”. Os jogadores estarão investindo do seu dinheiro, para que possam ter maiores chances de conseguirem abrir packs com jogadores valiosos ou de top. Aliás, no próprio FIFA 22, não existem limites diários e estão sempre disponíveis packs que poderá abrir com seus FIFA Points. Ora, certamente que tal estratégia comporta um risco para qualquer jogador que desenvolva tendência de vício nesse jogo.
Precisamente por isso, indo muito além do Reino Unido, já se está discutindo em vários outros Governos uma maior proteção para todos seus jogadores. É importante perceber que, nesses últimos anos, as maiores desenvolvedoras já não ganham a maior parte de seu dinheiro vendendo seu jogo. A estratégia é que sua principal receita seja oriunda dessas mesmo loot boxes.
Porém, atualmente, já sabe que não bastará comprar um jogo para que o possa jogar com todos seus modos e melhores jogadores. Para que tenha acesso a isso tudo, terá de pagar muitas vezes. Contando que a sorte esteja sempre do seu lado. Será que é o início do fim dos FIFA Points?