Jogadores de CS:GO e Valorant são acusados de viciação de resultados

As incertezas e dúvidas acerca do “jogo limpo” dos maiores jogos competitivos do mundo continuam estando bem presentes. Em uma fase em que as apostas online, relacionadas com CS:GO, bem como outros jogos populares de eSports, estão se popularizando mais do que nunca, especialistas avançam que os casos de viciação de resultados nos eSports deverá ter subido em 300% nos últimos anos, entre jogadores de CS:GO, mas não só.

Mais recentemente, Ian Smith, comissário da Esports Integrity Commission (ESIC) – uma entidade americana responsável pelo “jogo limpo” na cena competitiva de eSports -, garantiu publicamente que 35 jogadores americanos, que participaram do Mountain Dew League (MDL), competição organizada pela ESEA, estão sendo investigados por indícios graves de “match fixing”.

Em uma fase em que as próprias ESIC e Riot Games estão entrando nessas investigações, a verdade é que essas polêmicas e suspeições acabam prejudicando bastante a credibilidade desses jogos que apaixonam milhões de pessoas só no Brasil. Ian Smith admite que esses 35 jogadores até já se mudaram do CS:GO para o Valorant.

Match fixing já baniu jogadores de CS:GO de alto nível

A luta para que se previna a viciação de resultados está sendo cada vez maiores entre os jogos competitivos mais acompanhados e apostados no mundo. Ora, sendo o CS:GO o maior em termos de volumes de apostas online, acaba sendo natural que esse seja também o eSport onde os jogadores são escolhidos como alvos. Isso porque, existe todo um incentivo, manipulação e elevados retornos prometidos a esses jogadores profissionais. Como forma de aceitarem viciar esses mesmos jogos de torneios competitivos.

Quem não se recorda da polêmica envolvendo 4pack e retchy, da Rebirth? Os jogadores foram banidos até 2026 de toda a cena competitiva, por terem sido acusados de viciação de resultados durante a 35ª temporada da ESEA Premier. Contudo, existem outros 34 jogadores que também estão sendo investigados por indícios de ilegalidades.

Assim sendo, de forma muito séria, a Esports Integrity Commission (ESIC), juntamente com a Riot Games, está desenvolvendo formas de detetar atividades suspeitas quanto à viciação de resultados. Fica óbvio que, se nada for feito, o interesse do público pela cena competitiva poderá também desaparecer. Por exemplo, em esportes mais tradicionais, já existem organizações que são unicamente responsáveis pela deteção e investigação de casos suspeitos. Como forma de tornar todos seus Campeonatos e torneios os mais transparentes possíveis.

O que poderá ser feito para parar viciação de resultados no CS:GO?

Ter jogos, disputas ou torneis decididos no CS:GO, antes mesmo deles se terem iniciado, é o maior pesadelo para qualquer organizador desse mesmo torneio. Por isso mesmo se espera que todas as casas de apostas, que aceitem mercados de CS:GO, possam também trabalhar juntamente com a ESIC. Bem como outras Entidades competentes, para a informação de movimentações suspeitas em seu software.

Desse jeito, caso haja uma aposta fora do normal e com um grande volume, o que já se verifica em outros eSports, é que essas mesmas casas de apostas possam suspender de imediato os mercados de apostas para esse jogo. Além disso, deverá existir uma busca profunda por casos que levantem dúvidas. Bem como comportamentos de jogo que sejam muito pouco comuns, de acordo com o perfil do jogador.

Por último, também se espera que haja uma consciencialização maior, por parte dos jogadores de CS:GO profissionais. Sobretudo acerca das potenciais abordagens que eles possam ter por parte de grupos ou pessoas que buscam viciar os resultados. Para tal, não bastará somente uma formação específica. Mas também a garantia que esses tais jogadores possam ser profissionais com relativo alívio financeiro. Possibilitando que eles possam recusar propostas tentadoras, mas que claramente colocam em causa suas carreiras.